Adaptação da terapia anti-HER2 durante adjuvância no câncer de mama localizado: relato de caso

Resumo

Introdução:

O câncer de mama HER2-positivo localizado representa um subtipo agressivo com alto risco de recorrência. Apesar dos avanços na terapia adjuvante, uma proporção significativa de pacientes não atinge uma resposta patológica completa após o tratamento neoadjuvante, aumentando o risco de progressão da doença.

Caso Clínico:

Este relato analisa o caso de uma mulher de 40 anos na pré-menopausa com diagnóstico de câncer de mama direito localizado do subtipo luminal biológico b (HER2 positivo). O paciente recebeu quimioterapia neoadjuvante com antraciclinas, taxanos e duplo bloqueio anti-HER2 (trastuzumabe e pertuzumabe). Após terapia neoadjuvante, foi detectada doença residual, levando ao tratamento adjuvante com T-DM1. Após oito ciclos, o paciente desenvolveu pneumonite grau 2, levando à descontinuação do tratamento com T-DM1 e início do tratamento com corticosteróide. Após a recuperação, foi administrado trastuzumabe adjuvante. Dado o elevado risco de recorrência, o neratinib foi introduzido como terapia adjuvante prolongada. O paciente tolerou bem o neratinibe com loperamida profilática e completou um ano de tratamento. No momento deste relatório, ela permanecia livre de doenças.

Conclusão:

Este caso ressalta a importância da adaptação flexível de terapias adjuvantes direcionadas ao HER2 em pacientes que apresentam complicações raras relacionadas ao tratamento. Embora ainda não tenham sido estabelecidos protocolos padronizados para gerir tais toxicidades, modificações individualizadas do tratamento, orientadas por evidências de ensaios clínicos, podem otimizar os resultados a longo prazo.